sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Agendas


A Kuxu-Kuru

A kuxu-Kuru acredita que através da utilização de cores vivas e alegres é possível mudar e melhorar a forma de ver as coisas e de enfrentar o dia-a-dia.

Desta forma, a kuxu-kuru propõe-se a modificar alguns dos objectos presentes na vida dos portugueses, procurando acrescentar não só cor às suas vidas como um toque de exotismo proveniente da cultura africana.

Pretende-se, ainda, integrar as cores moçambicanas em espaços de modo a que se tornem, de certa forma, mais alegres.

Kuxu-Kuru é agora o único conceito que falta explicar. Significa “OBRIGADO!” em Makhuwa, a língua proveniente das tribos da região de Nampula, que ainda hoje é falada por cerca de 3.000.000 de pessoas.

Escolhemos Kuxu-Kuru, pois é através desta palavra que queremos retribuir toda a disponibilidade e atenção demonstrada pelos nossos clientes!

A CAPULANA

A capulana são panos, que tais como os conhecemos nos dias de hoje, têm origem no Quénia em meados do século XIX. Tudo começou através dos comerciantes portugueses que vendiam lenços estampados provenientes da Índia de um tamanho pequeno e com pintas que faziam lembrar as penas das galinhas da Índia. Os tecidos indianos eram tão apreciados na região que eram considerados como uma importante moeda de troca e uma forte fonte de receitas no comércio com a costa oriental africana.

Apesar de serem muito apreciados, as mulheres africanas consideravam estes lenços pequenos, pelo que optaram por unir seis lenços e formar uma capulana só, ou kanga (galinha indiana em Swahili). Rapidamente os portugueses se aperceberam deste facto e começaram a comercializar capulanas com o tamanho procurado passando a kanga/capulana a ganhar novas características.

Hoje, as capulanas são utilizadas para inúmeros propósitos, entre os quais, são responsáveis por servir de base ao porta-bebés mais utilizado no continente africano. São tecidos de difícil combinação, mas muito coloridos fazendo sempre lembrar as cores dos países exóticos africanos.

Curioso é o facto de actualmente muitos dos tecidos ainda terem as pintas brancas em fundos escuros à semelhança do que acontece nas penas das asas das galinhas da Índia e ainda voltarem a ser comercializados sob forma de objectos por portugueses, neste caso a Kuxu-Kuru

A MOTIVAÇÃO

O projecto Kuxu-Kuru começou a tomar forma quando quatro amigas decidiram viajar, no Verão de 2010 para Nampula, Moçambique, com o objectivo de prestar ajuda num projecto social.

Nesta viagem, o contacto diário com moçambicanos e com a Natureza foi uma constante que tornou possível conhecer de perto uma cultura com tradições tribais ainda muito enraizadas nos seus costumes e também absorver tudo o que uma Natureza forte e presente naquela cultura tem para oferecer.

Os cheiros intensos…! Os sons característicos dos animais e das pessoas a cantar nas ruas…! E as cores vivas e marcantes…! É todo um conjunto de características únicas que quem nunca passou por Moçambique não consegue perceber. São também sensações difíceis de transmitir por palavras e, por isso, uma forma de exprimir melhor a experiência forte e marcante que vivemos naquele país, foi tentar trazer alguma coisa característica de lá!

Assim nasceram as primeiras ideias de criar um projecto que trouxesse um pouco daquele país maravilhoso, que por ainda não ter sido totalmente modificado pelos hábitos modernos da sociedade, se torna tão diferente do nosso.

Somos quatro raparigas, e como tal, a escolha dos objectos que viriam a representar e a mostrar um pouco do que é Moçambique, teriam, principalmente, de estar relacionadas com artigos de vestuário, acessórios e objectos decorativos. Foi então que surgiu a ideia de conjugar de maneira correcta tecidos moçambicanos coloridos - a capulana, e adaptá-los a objectos utilizados nas sociedades modernas. O resultado é a criação de peças que se integram de forma natural no gosto dos portugueses.